Milhares de brasileiros convivem diariamente com a doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa, as chamadas doenças inflamatórias intestinais (DII). Trata-se de um desafio constante, pois a DII não tem cura.
O tratamento é focado no controle dos sintomas. Dor, diarreia e desconforto abdominal são os principais deles. A intervenção terapêutica também tem como objetivo a promoção da qualidade de vida dos pacientes, visando à prevenção de crises da DII ou qualquer outra patologia.
Nesse sentido, uma pesquisa realizada recentemente por cientistas do hospital universitário do Centro Médico de Cleveland, nos Estados Unidos, chamou a atenção da comunidade médica ao redor do mundo.
Os estudiosos norte-americanos descobriram que as DII são um fator de risco para o infarto agudo do miocárdio, uma das doenças cardiovasculares que mais leva as pessoas a óbito ao redor do mundo.
Detalhes da pesquisa e importância do acompanhamento nas DII
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar o prontuário de mais de 200 mil pacientes com diagnóstico confirmado de DII. Entre esses indivíduos, a taxa de ocorrência de infarto foi 23% mais alta em comparação com pessoas saudáveis.
Além disso, a análise dos prontuários mostrou que, no caso dos pacientes mais jovens, o risco de sofrer infarto foi nove vezes maior entre aqueles que tinham doença de Crohn ou retocolite ulcerativa, quando comparados com indivíduos sem DII.
As conclusões desse estudo reforçam algo que já é do conhecimento da comunidade médica: as DII estão relacionadas com diversos problemas cardiovasculares além do infarto, entre eles:
- trombose venosa,
- doença arterial coronária,
- doença arterial periférica e
- acidente vascular cerebral.
Sabe-se que o quadro de inflamação nas DII não fica restrito à mucosa do intestino, atingindo, também, as paredes que revestem as artérias e veias, causando o seu enfraquecimento e predispondo o organismo à ocorrência de rupturas e entupimentos.
Tudo isso reforça a importância do diagnóstico correto e do acompanhamento médico para os pacientes com DII. A abordagem considerará as queixas relacionadas ao trato gastrointestinal e, de forma preventiva, se estenderá para a atenção com as condições de coração, artérias e veias.
Somente dessa forma é possível dar início ao tratamento adequado para pessoas com DII, que garantirá o controle dos sintomas e preservará tanto o sistema cardiovascular quanto a saúde dos pacientes como um todo.