Na endometriose colorretal, ou intestinal, como também é conhecida, o endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, se desenvolve à volta das paredes do intestino, ou seja, a doença é caracterizada pela presença do endométrio fora da cavidade uterina, o que pode dificultar o funcionamento intestinal, causando sintomas como intensas dores abdominais, principalmente durante o período da menstruação. Normalmente a doença é mais frequente em mulheres com idades entre 25 e 30 anos.
A endometriose no intestino é a segunda forma mais comum da doença, ficando atrás somente da endometriose localizada na região retrocervical, e pode estar presente em 3 a 34% das mulheres com endometriose. Uma das principais causas para o seu envolvimento no intestino, é justamente a proximidade dessas estruturas do útero e anexos uterinos.
Os locais mais comuns da endometriose no intestino são:
- Reto 70%;
- Sigmoide 15%;
- Apêndice 6%;
- Íleo 5%;
- Ceco 4%.
Sintomas
Na maioria dos casos, a endometriose intestinal pode não causar sintomas e quando eles existem, é comum serem intensificados durante o período menstrual. Quando os sinais da doença se fazem presentes, as pacientes podem relatar:
- Dor abdominal intensa;
- Dificuldade em evacuar ou diarreia constante;
- Sangramento anal durante a menstruação;
- Náuseas e vômitos;
- Presença de sangue nas fezes.
Diagnóstico
A endometriose intestinal normalmente é diagnosticada mediante a realização de exames de imagem, como a Ressonância Magnética, Ecoendoscopia digestiva e a Ultrassonografia com Preparo Intestinal, que são exames que permitem visualizar o tecido do endométrio aderido ao intestino e determinar o grau de invasão da doença.
Tendo em vista que os sintomas da endometriose intestinal e do câncer do intestino são semelhantes, é fundamental consultar um médico coloproctologista para realizar o diagnóstico adequado.
Tratamento da endometriose intestinal
O tratamento para endometriose intestinal deve ser indicado de acordo com a gravidade da doença e os sintomas apresentados pela paciente. Na maioria dos casos, é indicada a realização de cirurgia que retira o tecido endometrial localizado no intestino, o que ajuda a aliviar os sintomas. A maioria das cirurgias são realizadas por laparoscopia com a introdução dos instrumentos cirúrgicos através de pequenos cortes na barriga.
Após o procedimento cirúrgico pode ser necessário dar continuidade ao tratamento com o uso de remédios anti-inflamatórios e reguladores hormonais, como pílulas, adesivos, o uso do DIU, entre outras opções, além de ser fundamental realizar o acompanhamento médico e fazer exames regularmente a fim de monitorar se tecido endometrial não volta a crescer no intestino.