Cerca de 34 mil novos casos de câncer colorretal são diagnosticados no Brasil a cada ano. E até 5% desses casos podem ser causados pela Síndrome de Lynch, uma condição rara que aumenta em até 90% o risco de uma pessoa sofrer de câncer colorretal, de câncer do endométrio (útero) ou de câncer de estômago.
Essa síndrome ocorre por mutações nos genes de reparo do DNA (anormalidade que prejudica a restauração dos danos que o DNA sofre diariamente), predispondo os portadores às doenças e afetando várias gerações de uma mesma família.
Por ser hereditária, ela pode ser identificada por meio do histórico familiar de cada indivíduo. Em suma, se você tiver um parente de 1° grau que teve câncer de cólon, endométrio ou estômago com menos de 50 anos, vale a pena fazer uma investigação.
Outras suspeitas são ter dois ou mais parentes de 2° grau que apresentaram esses mesmos tumores em qualquer idade, ou um familiar que já tenha tido mais de um câncer.
Diante desse histórico, a indicação é que haja uma conversa com um médico sobre os possíveis testes genéticos e planos de prevenção. Se a síndrome for identificada, é necessário realizar um controle regular com avaliações de vários especialistas e exames periódicos de imagem como a colonoscopia, por exemplo.
A junção entre medidas preventivas e o rastreio regular pode ajudar a detectar os estágios iniciais do câncer e reduzir o risco de desenvolvimento de outros tipos da doença.
Isso é fundamental, imprescindível e até mesmo vital, uma vez que o risco de um portador desenvolver câncer, sem realizar qualquer rotina de prevenção, chega a 90%. Para casos de câncer de intestino grosso, o risco começa aos 20 anos, chegando a 80% até os 70. Para o câncer de estômago, o risco pode chegar a 20%. Para o de endométrio, 40%.
Portanto, caso haja algum dos casos descritos acima na sua família, não hesite em procurar um especialista. Faça isso o quanto antes, já que o tempo é uma das principais armas dessa guerra contra o câncer hereditário.