A incontinência fecal é uma condição comum, afetando duas em cada cem pessoas no mundo. É mais frequente em mulheres, que estão suscetíveis a danos à musculatura pélvica por causa do parto natural, mas afeta os dois sexos igualmente, a partir dos 70 anos.
Ela varia em grau e intensidade, partindo da liberação de gases involuntários até fezes, que podem ser líquidas ou sólidas. Independentemente da gravidade da incontinência, é uma condição que afeta de maneira significativa a qualidade de vida do paciente.
É importante que não exista vergonha em procurar ajuda profissional, já que o diagnóstico é necessário para determinar a linha de tratamento. A incontinência fecal pode ser controlada e, alguns casos, até mesmo curada!
Causas mais comuns
Os fatores determinantes da incontinência fecal são muitos e, algumas vezes, podem aparecer em conjunto. Em linhas gerais, as causas podem ser congênitas, como é o caso da má-formação na seção final do reto, ou adquiridas.
Traumas na região, resultado de acidentes ou cirurgias, podem alterar o funcionamento dos músculos perianais. Pacientes que passaram por tratamento de câncer, cirurgias no períneo ou doenças específicas do ânus podem desenvolver a incontinência.
Mulheres que passaram pelo parto vaginal também estão mais suscetíveis à condição. Isso acontece, geralmente, quando há danos ao nervo pudendo, que controla as funções e sensações da área.
O envelhecimento é um fator de risco. Isso acontece porque, ao ficarmos mais velhos, ocorre naturalmente uma redução do número de células no períneo, dificultando a contração total do ânus.
Além disso, a incontinência fecal pode ser uma consequência de Acidentes Vasculares Cerebrais, esclerose múltipla e diabetes.
Como tratar a incontinência anal?
O tratamento depende do tipo de incontinência anal. Para danos musculares, uma abordagem fisioterapêutica costuma ser a melhor opção. O paciente pode passar por algumas sessões de biofeedback, em que os músculos específicos são estimulados com uma leve corrente elétrica para aprender a contração correta.
Em alguns casos, medicação também funciona. É importante avaliar, porém, se a ingestão excessiva de remédios não é a causa da incontinência anal. Em alguns casos, o paciente pode tomar laxantes antes de sair de casa, para estimular a evacuação, ou ingerir antidiarreicos, que limitam os movimentos intestinais.
Já cirurgia é indicada quando há danos na musculatura do esfíncter. A abordagem varia de acordo com o coloproctologista e o diagnóstico do paciente, mas pode ir da reconstrução do músculo danificado até o transplante de um esfíncter artificial.