Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), cerca de 30% dos brasileiros sofrem com a prisão de ventre. O problema é bastante comum e diferente do que muitas pessoas imaginam, a sua solução não depende apenas de uma alimentação equilibrada, mas também de uma mudança no comportamento que nos permita falar abertamente sobre o assunto.
A condição pode ser mais frequente nas mulheres
Apesar de afetar homens e mulheres, a constipação intestinal é mais frequente entre as mulheres. Isso tem relação com questões hormonais, uma vez que certos hormônios que são eliminados com as fezes podem permanecer no corpo e ao se acumularem, aumentam seus níveis.
Deste modo, quando as mulheres se encontram na fase reprodutiva, ao estar constipadas, podem sentir o duplo efeito de qualquer hormônio (estrogênio ou progesterona, por exemplo) que estejam produzindo naquele dia e que o corpo não expeliu por meio das fezes.
Embora a constipação seja um transtorno mais comum nas mulheres, especialmente durante a gravidez, a condição pode ocorrer com maior frequência também nas crianças e nos idosos.
Os sintomas que caracterizam a prisão de ventre incluem, entre outros, inchaço, dor de cabeça, náuseas, desconforto ou dor na região abdominal e evacuar menos de três vezes por semana.
Principais causas da constipação
Uma dieta com baixo consumo de fibras pode prejudicar o bom funcionamento do intestino. Afinal, as fibras são essenciais para a formação do bolo fecal. A ingestão de água é outro fator importante, pois hidrata o bolo fecal, evitando o seu ressecamento e favorecendo um melhor trânsito intestinal.
Se houver baixo consumo de água, as fezes podem ficar ressecadas e tornar a evacuação mais difícil de acontecer.
As atividades físicas, especialmente as aeróbicas, estimulam os movimentos peristálticos, que são essenciais para o processo digestivo, uma vez que garantem a movimentação dos alimentos ao longo do sistema digestório.
Um intestino preguiçoso pode estar por trás da ausência desses movimentos.
A ligação entre o cérebro e o intestino está diretamente relacionada às emoções, a reação ao estresse, memória, comportamentos, apetite e disposição.
Biologicamente dizendo, o intestino possui uma conexão com o cérebro, pois está diretamente ligado ao encéfalo por meio do nervo vago. Esse nervo passa pelo tórax e liga o sistema gastrointestinal à cabeça.
Transtornos mentais como ansiedade, depressão e estresse podem retardar o trânsito intestinal devido à conexão entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso entérico, que é a rede de neurônios do sistema digestivo associada às funções intestinais.
Nestes casos, o uso de alguns medicamentos antidepressivos também pode desacelerar os processos naturais do corpo e retardar o funcionamento da musculatura do intestino.
Vale ressaltar que, todas as vezes que deixamos de ir ao banheiro, seja por vergonha ou preguiça no momento, alteramos o hábito natural do nosso intestino, colaborando para que ele fique mais lento.
Mudança de hábitos é fundamental
Normalmente, o paciente que sofre com a prisão de ventre pode ter os sintomas atenuados ao realizar mudanças no estilo de vida, com uma alimentação balanceada e rica em fibras, que estimula o funcionamento do intestino.
Além de aumentar o consumo de água (ingerir ao menos dois litros de água por dia) e praticar regularmente atividade física.
Se os sintomas persistirem, é fundamental consultar com um médico coloproctologista. Essa é a forma mais eficaz de avaliar o quadro e orientar o tratamento mais adequado para cada caso em específico.