A fístula perianal consiste na comunicação anormal entre uma glândula do ânus e a superfície do glúteo, ligando um orifício interno a um externo por meio de um túnel. Uma infecção aguda dessa glândula resulta no abscesso perianal. É comum a doença acometer principalmente adultos jovens e aparecer com maior frequência entre os homens.
Algumas fístulas também podem surgir em pacientes com doenças inflamatórias intestinais, como Doença de Crohn e diverticulite. Vale ressaltar que nem todo abscesso vai evoluir para uma fístula: cerca de 20 a 30% dos abscessos formam a fístula posteriormente.
Sintomas da fístula perianal
Os principais sintomas de fístula anal incluem vermelhidão ou inchaço da pele do ânus, dor especialmente ao sentar, saída de sangue ou pus pelo ânus. Também podem ocorrer diarreia, dores abdominais, perda de peso, falta de apetite e náuseas caso ocorra inflamação.
Tratamento
Em alguns casos, o abscesso perianal drena espontaneamente e em outros tem necessidade de realizar a cirurgia ou até usar antibióticos para o tratamento.
Já no caso da fístula perianal o tratamento é necessariamente cirúrgico, feito com anestesia local ou do tipo bloqueio, que é realizado por meio de uma incisão que liga o orifício externo ao orifício interno da fístula. Na maioria dos quadros, o tratamento cirúrgico será simples, sem pontos no local da cirurgia para não haver risco de infecção.
Entretanto, nos casos mais complexos, onde há mais de um orifício externo e o trajeto da fístul compromete a musculatura do esfíncter e existem o risco de ocorrer disfunção esfincteriana (incontinência anal), pode-se optar pelo uso de colas biológicas para obliterar o trajeto fistuloso e proporcionar a cicatrização da fístula.
No procedimento conhecido como fistulectomia anal, o médico cirurgião faz um corte sobre a fístula para expor todo o túnel entre o intestino e a pele, removendo o tecido lesionado, inserindo um fio especial dentro da fístula, capaz de auxiliar a sua cicatrização. Para evitar que o paciente sinta dor, a cirurgia é feita com anestesia geral ou peridural.
Cirurgia Minimamente Invasiva
Dentre os procedimentos para o tratamento de fístulas complexas, pode ser realizado o VAAFT (Video Assisted Anal Fistula Treatment), que ocorre por meio de videoasssitido e é indicado do para quadros mais complexos. Esse procedimento proporciona visualizar todo o trajeto da fístula e tratá-lo de forma a preservar a musculatura da esfíncter.
Pós-operatório
O médico cirurgião responsável pelo procedimento irá fornecer orientações adequadas para os cuidados pós-cirúrgicos. Vale ressaltar que, mesmo com tratamento adequado e cura, uma fístula pode retornar.
Se surgir algum dos sintomas listados, consulte um médico coloproctologista para fazer o diagnóstico, que pode ser feito por meio da observação do local ou solicitação do exame de ressonância magnética, por exemplo, para iniciar o tratamento adequado.