A forma e a cor das fezes e a frequência de idas ao banheiro estão diretamente ligadas à nossa saúde intestinal e podem ser utilizadas para diagnosticar problemas como síndrome do intestino irritável, má alimentação ou incontinência fecal, além de serem um parâmetro para acompanhar a recuperação de cirurgias intestinais.
Em situações normais, as fezes devem ter uma consistência macia, mas devem ser capazes de manter sua forma, que deve ser ligeiramente alongada. O ideal é que a consistência e a forma não causem dor ou dificuldade para evacuar.
Porém, pequenas variações são podem ser frequentes e podem acontecer sem indicar um problema, já que pode variar de acordo com os alimentos ingeridos. Para ajudar na avaliação do formato e consistência das fezes, foi criada a Escala de Bristol para Consistência de Fezes, que apresenta sete possíveis formatos para as fezes, dizendo quais são normais e quais os prováveis problemas ligados a cada um tipo.
Escala de Bristol para Consistência de Fezes
A escala de Bristol ou Escala de fezes de Bristol é uma escala médica destinada a classificar a forma das fezes humanas, em sete categorias.
📍 Tipo 1: Pedaços separados, duros como amendoins
As fezes do tipo 1 são caracterizadas por pequenas bolinhas duras e separadas como coquinhos, sendo duras para sair. Esse tipo de fezes está ligado a uma alteração aguda na flora intestinal, como por exemplo após o uso de antibióticos ou de uma dieta sem fibras.
Neste caso, invista em alimentos com bastante fibra como legumes, verduras, frutas, leguminosas e alimentos integrais.
📍 Tipo 2: Forma de salsicha, mas segmentada
Esse tipo de fezes são compactadas em uma única massa, com aspecto grumoso ou encaroçado. Normalmente é o tipo mais doloroso, pois além de rígido seu tamanho pode ultrapassar a abertura do canal anal, sendo necessário muito esforço para eliminar as fezes
Nesse tipo é comum haver sangramento, fissuras, hemorróidas ou diverticulose.
As causas mais comuns desse tipo de fezes são hemorroidas, fissuras anais, retenção ou atraso da defecação e uma história de prisão de ventre crônica e esses casos podem levar ao aparecimento de síndrome do intestino irritável devido à pressão contínua de fezes grandes nas paredes intestinais.
Para corrigir o problema, deve-se aumentar o consumo de fibras, através de alimentos integrais, frutas, verduras e legumes, além de consumir 1 copo de iogurte natural por dia, que é rico em bactérias boas para o intestino.
📍 Tipo 3: Forma de salsicha, mas com fendas na superfície
Assim como no tipo 2, as fezes também apresentam formato de linguiça, mas com fissuras na superfície. Como o tempo em que as fezes ficam paradas e acumuladas no intestino é menor, o tamanho das fezes é menor e a frequência de evacuações é mais regular, mas exige ainda algum esforço para evacuar.
As causas e consequências são as mesmas do tipo 2, especialmente a presença de síndrome do intestino irritável e o surgimento de hemorroidas.
📍 Tipo 4: Alongada com formato de salsicha ou cobra, lisa e macia.
No tipo 4, as fezes se apresentam no formato de linguiça, mas com uma diferença: são suaves e macias. Elas são alongadas e lisas, lembrando o formato de uma salsicha ou de uma cobra. É um formato normal para quem defeca uma vez por dia. Em geral, têm diâmetro de 1 a 2 cm, e a evacuação ocorre sem esforço.
Considerada como fezes ideais, mostra um intestino saudável e uma dieta e hidratação adequadas.
📍 Tipo 5: Pedaços macios e separados, com bordas bem definidas (fáceis de sair)
Aqui suas fezes já começam a “passar do ponto”. Você já sabe que o ideal é que a consistência esteja entre 3 e 4. O tipo 5 se apresenta de maneira separada outra vez, mas ao contrário do tipo 1, ele é mais mole, como blocos com bordas pouco definidas.
É típico de quem evacua de 2 a 3 vezes por dia, o que normalmente acontece após as grandes refeições.
📍 Tipo 6: Pedaços aerados, as peças das fezes são fofas e as bordas se apresentam de forma irregular.
O tipo 6 é ainda mais mole do que o tipo 5, tanto que não é possível identificar tão bem a separação entre os blocos, ele já tem uma unidade maior. Mas ao contrário dos tipos 2, 3 e 4, ele é bastante amolecido.
Indicam que o trânsito intestinal está desregulado, o que pode causar carência nutricional e desidratação. É preciso ter atenção, pois o tipo 6 pode ser sinal de intolerância a algum tipo de alimento ou mesmo algum tipo de desequilíbrio na flora bacteriana intestinal.
Além disso, pode estar ligado a causas como cólon ligeiramente hiperativo, excesso de potássio na dieta, desidratação repentina, ou aumento da pressão arterial relacionada ao estresse. Além disso, ele pode estar associado ao uso excessivo de bebidas energéticas ou de laxantes.
📍 Tipo 7: Aquosa, sem peças sólidas
O tipo 7 é caracterizado por diarreia, ou seja, evacuações totalmente líquidas e sem pedaços sólidos, que normalmente são acompanhadas por desidratação e dores abdominais.
As fezes do tipo 7 podem indicar algo ainda mais sério, como alguma infecção. O ideal é procurar um médico para fazer o diagnóstico e manter uma alimentação leve, sem alimentos gordurosos, açúcares nem laticínios.
Como melhorar o formato e a consistência das fezes?
Como vimos nas indicações da Escala de Bristol, as alterações nas fezes podem indicar trânsito digestivo lento ou desregulado. Ou seja, constipação e diarreia.
Alguns fatores podem influenciar essas condições, como:
- Alimentação desequilibrada e intolerâncias alimentares
- Microbiota
- Doenças intestinais, do aparelho digestivo, infecciosas, hormonais e de origem psicológica
- Uso de medicamentos
- Sedentarismo.
Por isso, é importante ter uma alimentação saudável, aumentar o consumo de água, sucos, frutas, verduras e fibras; se atentar ao consumo em excesso de farinha branca, carne vermelha e açúcares; praticar exercício físico com frequência.
Lembrem-se:
🔸️Observar sempre o ritmo, se ocorre esforço ao evacuar, frequência, consistência e cor do coco do seu herói – “o seu olho é o olho do seu pediatra na sua casa”
🔸️Sempre discuta com seu médico sobre como está o seu cocô.