Guia de cuidados em cirurgias colorretais

Guia de cuidados em cirurgias colorretais

Segundo um guia disponibilizado na plataforma PEBMED, existem recomendações específicas para o pré-operatório de cirurgias minimamente invasivas, desde muito antes da internação do paciente. A publicação na íntegra reúne uma revisão atualizada com orientações para cirurgias colorretais desde a fase pré-admissional ao período pós-operatório. 

Com objetivo de reduzir o estresse pré-operatório, preservar funções fisiológicas estáveis no pós-operatório e acelerar o processo de recuperação, as estratégias propostas permitem ainda reduzir taxas de morbidade, melhorar reabilitação e diminuir o tempo de internação hospitalar.

No post de hoje, reuni as principais recomendações de cuidados especialmente na fase pré-operatória, isto é, desde o diagnóstico cirúrgico da doença em questão até a data da realização do procedimento indicado.

Para antes da admissão:

Na pré-internação, recomenda-se que o paciente seja informado e aconselhado rotineiramente. A iniciativa visa diminuir a ansiedade quanto à anestesia, cirurgia e dor pós-operatória, além de aumentar a segurança e satisfação quanto à experiência cirúrgica. Com isso, é notável um impacto positivo sobre o tempo de internação e os resultados pós-operatórios.

É importante estar atento aos níveis de evidência para otimização pré-operatória

Alto nível: fumar pode aumentar o risco de complicações tanto intra, quanto pós-operatórias. Estudos indicam que para reduzir os distúrbios, bem como o efeito sobre a cicatrização de feridas, são necessárias 4 a 8 semanas de abstinência.

Baixo nível: a avaliação de risco pré-operatória é baseada no controle das comorbidades e suspensão do alcoolismo e tabagismo. Vale ressaltar que ainda são necessários dados prospectivos que apresentem os efeitos e resultados da avaliação.

O uso do álcool neste caso, apresenta relevantes índices de infecções e aumenta a morbidade após a cirurgia. Também é recomendado jejum pré-operatório de 4 semanas.

Pré-reabilitação 

É a etapa de cuidado entre diagnóstico e adoção do tratamento. Entre avaliações nutricionais, físicas e psicológicas, a fase visa estabelecer o nível funcional inicial e é importante para identificar as deficiências e sugerir, caso seja preciso, intervenções sob fatores de risco que podem ser modificados. A recuperação pode ser acelerada e possibilita otimização nos resultados.

Nutrição pré-operatória

Nível moderado de evidência: em pacientes que sofrem perda de peso não intencional, o risco de complicações aumenta de 5-10% ou mais. A suplementação oral pode ser recomendada de 7 a 10 dias antes da cirurgia, a fim de reduzir a ocorrência de infecções e tumores nas anastomoses.

Baixo nível de evidência: é realizada a triagem nutricional pré-operatória, para melhorar o estado nutricional pré-operatório e diminuir a morbi-mortalidade relacionada à desnutrição. 

Manejo da anemia

A presença de anemia antes da cirurgia está relacionada ao aumento da morbidade e mortalidade após a cirurgia, além de comprometer a qualidade de vida do paciente. Quando a anemia é tratada antes da cirurgia, melhores resultados são observados. 

Alto nível de evidência: a anemia no paciente cirúrgico pode ser atribuída à deficiência de B9 e B12 e a doenças crônicas relacionadas ou não com o motivo da cirurgia. Todas as causas de anemia devem ser investigadas e corrigidas. Pode ser indicado a realização da suplementação oral de 7 a 10 dias da cirurgia, também para reduzir a prevalência de infecções.

Prática de transfusão sanguínea: a transfusão de sangue tem efeitos a longo prazo, com possível impacto efetivo na sobrevida do paciente, mas deve ser evitada, sempre que possível. Pode-se utilizar ferro IV mais eficaz e com menos taxa de efeitos adversos que o ferro VO.