As doenças inflamatórias intestinais são doenças crônicas que inflamam os intestinos em intensidades variadas. As principais são Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e Colites Indeterminadas.
Nas formas mais leves, a pessoa pode sentir dores abdominais e alteração do hábito intestinal como diarréia ou constipação. Nas formas mais graves, dores intensas, sangramentos retais, perda de peso repentina, cansaço ou fraqueza, aftas etc.
Esses sintomas interferem diretamente no dia a dia dos pacientes com DIIs, que são submetidos a desconfortos, estresse e, por isso, são mais suscetíveis a desenvolver crises de ansiedade e depressão. E o contrário também pode ocorrer, uma vez que transtornos emocionais tendem a desencadear ou agravar as crises dessas enfermidades.
O problema também está associado a outras condições, como fibromialgia, síndrome da fadiga crônica (também conhecida como doença de intolerância ao esforço sistêmico), doença do refluxo gastroesofágico, dispepsia funcional, dor no peito não cardíaca e distúrbios psiquiátricos.
Estudos comprovam relação entre DIIs e fatores psicológicos
Um novo estudo publicado no periódico Gastroenterology, em fevereiro de 2021, demonstrou que a depressão também está associada às doenças inflamatórias intestinais. Isso porque, os sintomas de depressão aumentam os riscos de desenvolver sintomas gastrointestinais e podem anteceder o desenvolvimento da doença inflamatória intestinal em até nove anos.
Após a análise de mais de 19.555 casos, os pesquisadores constataram que pacientes com depressão tiveram um risco aumentado de desenvolver retocolite ulcerativa. Além disso, constatou-se o aumento na prevalência de depressão nos anos anteriores ao diagnóstico de DII.
Um outro estudo, desta vez realizado no Brasil, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, apresentou uma taxa de 40% de ansiedade e/ou depressão em indivíduos com DII, relacionada principalmente com pacientes em crise ou com a doença em atividade.
Outra pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) aponta que 80% dos pacientes relatam que a doença afeta seu cotidiano de alguma independente do quadro da doença (remissão ou crise) e, desses, 77% refere medo em apresentar uma nova crise.
Importância do tratamento
Além do acompanhamento de um coloproctologista, é importante que pacientes com DIIs tenham ao seu lado um psicoterapeuta. Em conjunto com um especialista, a pessoa aprenderá a reestruturar seu modo de pensar e agir, contribuindo assim para a melhora no tratamento médico, nutricional etc.
Também não podemos nos esquecer da importância da atividade física e movimento do corpo. O paciente pode se beneficiar de exercícios como meditação, ioga e tudo que ajuda a trazer bem-estar.