Especialidades
Cirurgia robótica
Cirurgia robótica
O que é
Ao contrário do que o nome sugere, a cirurgia robótica não é uma intervenção realizada por uma máquina autônoma. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo que conta com o auxílio de braços mecânicos, comandados pelo cirurgião por meio de uma espécie de console. Equipadas com pinças, câmeras e outros recursos, essas articulações reproduzem os movimentos do médico. Um outro especialista fica ao lado do paciente, próximo à mesa cirúrgica, para eventuais ajustes no equipamento.
Cirurgião-gamer
O aparato potencializa sensivelmente as habilidades do cirurgião. Os braços do robô filtram os tremores da mão humana e são milimetricamente precisos, o que possibilita a realização de incisões menores e mais certeiras. A visão oferecida pelo aparelho também é privilegiada, pois é estável, tridimensional e pode ser aumentada em até 15 vezes. As operações também se tornam mais rápidas e exaustivas, pois o profissional pode trabalhar sentado numa estrutura ergonômica.
Benefícios ao paciente
Para o paciente, as vantagens deste método em relação ao tradicional (a cirurgia aberta) se traduzem em:
- menor tempo de recuperação, uma vez que seus tecidos sofrem cortes mínimos, logo, mais fáceis de cicatrizar
- menos chances de sequelas, graças à precisão do robô
- menos dores e inchaços
- menor risco de infecções
- maior preservação da integridade dos órgãos envolvidos na intervenção cirúrgica
Aplicações
Na coloproctologia, a cirurgia robótica tem se mostrado grande aliada no tratamento do câncer colorretal, da endometriose profunda (casos em que as placas da mucosa uterina se espalham pela cavidade abdominal, incluindo o intestino), da hérnia inguinal, entre outras enfermidades.
O procedimento também já é largamente empregado em outras especialidades da medicina, como a ginecologia ea cardiologia.
Laparoscopia
Laparoscopia
O termo “laparos” vem do grego, que significa abdome. Durante algum tempo, laparoscopia referia-se, genericamente, à exploração desta cavidade. Hoje o nome é usado para definir intervenções minimamente invasivas que pressupõem o uso de endoscópios – instrumentos ópticos iluminados, equipados com câmeras, normalmente finos e tubulares.
A videolaparoscopia atual permite colher material para biópsias e praticar intervenções cirúrgicas antes só possíveis a céu aberto (cirurgias abertas), como extração de tumores, retiradas de órgãos, entre outras operações do gênero.
Microcirurgia endoscópica transanal
Microcirurgia endoscópica transanal
A microcirurgia endoscópica transanal (TEM) é um procedimento minimamente invasivo realizado através de orifícios naturais do corpo. A operação pressupõe o uso de uma plataforma cirúrgica específica composta de um retoscópio (espéculo que dá acesso à cavidade retal) e um endoscópio rígido, no qual se acopla um sistema de vídeo.
A intervenção é utilizada no tratamento de doenças retais, mais frequentemente a ressecção cirúrgica de lesões benignas e malignas.
Vantagens
O acesso videocirúrgico por meio do ânus possibilita:
- Operar com melhores condições de visibilização proporcionadas pela insuflação do reto por gás carbônico e pela magnificação de imagem permitida pelo equipamento de videocirurgia;
- Documentar o procedimento;
- Explorar todo o reto, inclusive o reto superior
- Lesões benignas ou malignas iniciais localizadas em qualquer parte do reto podem ser operadas
- Remoção da lesão inteira, o que permite melhor análise de suas características microscópicas
- Remover lesões com menor risco de recidiva.
Câncer colorretal
Câncer colorretal
Nesse tipo de câncer, tumores malignos se instalam tanto no intestino grosso (o cólon), quanto no reto. Embora possa se manifestar em qualquer idade, a doença é mais prevalente em pessoas entre 50 e 60 anos.
Em grande parte das vezes, esses tumores se desenvolvem a partir de pólipos, lesões benignas que crescem na parede interna do intestino grosso. Daí, aliás, a importância de se detectá-los e removê-los antes que se tornem malignos.
Colonoscopia
Colonoscopia
A colonoscopia é um exame realizado parar detectar o aparecimento de câncer no intestino. Também onhecido como uma endoscopia feita pelo ânus, o procedimento rastreia inflamações na parede intestinal, além de pólipos (lesões pré-cancerosas), e tumores propriamente ditos.
A avaliação exame é obrigatória a partir dos 45 anos para o público em geral. Pessoas com caso de câncer na família devem iniciar a investigação a partir dos 30 anos.
HIPEC e cirurgia citorredutora
HIPEC e cirurgia citorredutora
A quimoperfusão hipertermica intraperitoneal (HIPEC) é uma modalidade de quimioterapia que consiste na administração de fármacos em altíssimas concentrações diretamente na superfície peritoneal. Isso se dá por meio de um dispositivo desenvolvido no Brasil que permite a aplicação de maneira minimamente invasiva, chamado de PIPAC (Pressurized Intraperitoneal Aerosol Chemoterapy).
Já a cirurgia citorredutora compreende a remoção máxima do tumor, o que pode envolver diferentes procedimentos, como retirada do útero e dos ovários. Associadas, as técnicas possibilitam que os quimioterápicos penetrem as células cancerosas com mais precisão e eficácia – consequentemente, sua destruição
Pessoas que enfrentam a Carcinomatose Peritoneal – condição em que um carcinoma originado em um órgão do abdome se espalha pelo ventre – tem experimentado melhor sobrevida e prognóstico a partir desta abordagem terapêutica.
O protocolo
tradicionalmente adotado nesses casos abrange a quimioterapia sistêmica e a cirurgia paliativa que, pouco efetivas, não ofereciam muita esperança ao paciente diante diante das perspectivas até então sombrias impostas pela doença. ⠀
A inovação, por sua vez, em alguns casos selecionados, proporciona o resgate do doente ao tratamento com intenção curativa.
Tratamentos
Doença de Chron
Doença de Chron
A Doença de Chron é inflamação séria, crônica, de causas pouco conhecidas, que pode se instalar em qualquer parte do trato gastrointestinal – predominantemente a parte inferior do intestino delgado e intestino grosso, com chance de se estender para órgãos, como esôfago e boca.
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Outra característica da síndrome é seu forte componente hereditário: 20% dos portadores, não raro, têm parentes de primeiro grau na mesma condição.Os sintomas da patologia são: diarreia, cólicas abdominais, febre e sangramento retal, perda de peso e apetite. A presença de fissuras e fístulas (perfurações no intestino) também é comum. ⠀
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Complexo, o diagnóstico exige investigações como exame clínico, levantamento da história do paciente, análise sanguínea, endoscopia, colonoscopia, raios-x do trânsito intestinal, tomografia e ressonância magnética. ⠀
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O tratamento compreende a contenção do processo inflamatório para alívio dos sintomas, prevenção de crises e correção de possíveis deficiências nutricionais. Quadros mais graves podem envolver a prescrição de corticoides ou cirurgias. O Chron é incurável, mas pode ser mantido sob controle, em estado quase assintomático.
Retocolite ulcerativa
Retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa uma inflamação da mucosa do intestino grosso. Os principais sintomas são diarreia crônica com sangue, anemia e perda de apetite. O diagnóstico se dá principalmente por meio de biópsias e colonoscopia
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O tratamento inclui medicamentos para controle da inflamação. Cercas complicações, como a presença de tumores, levam o médico a considerar a solução cirúrgica com retirada total do intestino grosso e do reto. O diagnóstico precoce, aliado à realização de colonoscopias periódicas constituem a melhor maneira de evitar medidas radicais.
Síndrome do intestino irritável
Síndrome do intestino irritável
A síndrome do intestino irritável compreende alterações da motilidade do tubo digestivo (constipação e diarréia, em crises alternadas), além de dor abdominal, sem que haja
causas anatômicas ou lesões que o justifiquem.
A cura para esse distúrbio funcional é controversa. Muitos pacientes terão recidivas dos sintomas, alguns o enfrentarão por mais tempo. Sabe-se, contudoo, que alguns fatores pioram o quadro, como estresse, comorbidade psiquiátrica e ansiedade excessiva.
O tratamento da síndrome do intestino irritável é sempre individualizado, podendo incluir as seguintes opções:
- Apoio psicológico
- Orientação alimentar
- Antidiarreico, anti-inflamatórios e antiespasmódicos (inibidores da motilidade da musculatura visceral) e pró-cinéticos (restauram a motilidade gástrica e intestinal).
- Probióticos, como os das cepas Bifidobacterim infantis e Bifidobacterium lactis.
Doença diverticular
Doença diverticular
A doença diverticular é caracterizada por pequenas bolsas em forma de balão (divertículos) salientes, que se formam ao longo de todas as camadas do trato gastrointestinal, sobretudo no intestino grosso.
A presença de divertículos no cólon é chamada de diverticulose – um quadro clínico que tende a se desenvolver durante a meia-idade. Quando os divertículos se inflamam, temos uma condição denominada diverticulite.
Dor abdominal inferior esquerda, sensibilidade e febre são os sintomas típicos da diverticulite.O diagnóstico é baseado nos resultados de uma tomografia computadorizada e é posteriormente confirmado por uma colonoscopia.
As pessoas com sintomas leves de diverticulite são tratadas com repouso, dieta líquida e, frequentemente, antibióticos orais, enquanto aquelas com sintomas graves são hospitalizadas para tratamento com antibióticos por via intravenosa e, ocasionalmente, cirurgia.
Hemorroidas
Hemorroidas
As hemorroidas são veias dilatadas e salientes na região do ânus, internas ou externas, que podem provocar sintomas como coceira e dor anal, dificuldade para defecar e presença de sangue nas fezes.
O tratamento consiste na aplicação de pomadas com propriedades vasoconstritoras, analgésicas e anti-inflamatórias, remédios para aliviar a dor, ou mesmo cirurgia.
Fístula e fissura anal
Fístula e fissura anal
A fissura anal é uma ferida que se estende desde os músculos que controlam o ânus (esfíncteres) até o canal anal. Essas lesões geralmente se desenvolvem quando o tecido é lesado pela passagem de fezes ressecadas e duras, além de diarreia intensa, hemorróidas, herpes genital, Doença de Crohn ou penetração anal.
Elas podem se cicatrizar sozinhas ou por meio de pomadas. O tratamento cirúrgico existe, mas é recomendado apenas em casos crônicos ou quando outros meios não dão resultado.
Já a fístula anal é uma passagem tubular infectada entre o canal anal e um buraco na pele próximo ao ânus. Isso pode ocorrer após cirurgia retal, depois de um abscesso na área ou como uma complicação de uma doença intestinal.
O principal sinal é a presença constante de uma secreção purulenta, mas ela pode permanecer assintomática por meses. A grande “pegadinha” é que o orifício externo pode cicatrizar, dando a impressão de que o problema está resolvido. Mas essa cicatrização não acontece no orifício interno e no trajeto da fístula, o que resulta no acúmulo da secreção e numa pressão que abre o orifício externo novamente, ou dá origem a um novo.
O tratamento é eminentemente cirúrgico, com diferentes técnicas. O médico também pode receitar antibióticos se julgar necessário. O ponto mais importante é: como a fístula anal decorre de outras doenças, é necessário que se faça também o tratamento delas.