As doenças autoimunes surgem quando o nosso sistema imunológico produz anticorpos que atacam sem piedade células e tecidos. Atualmente, existem mais de cem doenças autoimunes catalogadas, sendo que muitas delas são descobertas tardiamente pelos pacientes.
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, descobriu uma das causas que provoca esse desajuste no organismo. Publicada na revista Science, uma das mais respeitadas do meio científico, a pesquisa relacionou intimamente as reações autoimunes a um tipo de bactéria do intestino, a Enterococcus gallinarum.
De acordo com os cientistas, a confusão toda acontece quando essa bactéria migra, espontaneamente, do intestino para outros órgãos do corpo, como baço, fígado e os gânglios linfáticos. Eles conseguiram sugerir novas promessas de tratamento, principalmente nos casos de lúpus sistêmico e hepatite autoimune, suprimindo a autoimunidade com antibiótico ou com uma vacina específica destinada à bactéria.
Para os pesquisadores, os resultados são formas promissoras de melhorar a vida de pacientes que sofrem tanto com as consequências de tais desordens.
Doença de Crohn
A doença de Crohn é uma das doenças autoimunes mais frequentes entre os brasileiros e acomete principalmente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (cólon), mas pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo.
Ela causa diarréia, cólica abdominal, sangramento retal e, de vez em quando, febre. Apesar dos sintomas, é possível levar uma vida ativa e produtiva, seguindo todas as recomendações de tratamento, que dependerá da apresentação da doença e da gravidade. Inicia-se quase sempre com medicamentos e ajustes na alimentação, e, nos casos mais graves (estenoses/estreitamentos intestinais), a cirurgia é indicada.
Doença de Crohn, assim como outras doenças autoimunes, não tem causa definida, mas se sabe que fatores genéticos e ambientes influenciam.
Colite ulcerativa
Outra doença intestinal autoimune é a colite ulcerativa, que acomete o intestino grosso e provoca úlceras (lesões) na região. Os sintomas incluem diarreia, com presença de muco ou sangue nas fezes, cólica, dor e desconforto abdominal.
O processo inflamatório que acompanha a colite, associado ao tempo de duração e à extensão da enfermidade, pode resultar em câncer intestinal, por isso, é importante seguir à risca o tratamento, que é feito com restrições dietéticas e medicamentos para tratar ou prevenir lesões e/ou infecções.
Uma vez controlada a doença, o tratamento não deve ser abandonado, e o paciente precisa ser acompanhado permanentemente.
Consulte um médico com regularidade
Percebeu qualquer alteração no trânsito intestinal (ir ao banheiro demais, não conseguir “segurar”, sofrer com diarreias constantes, inchaço abdominal, mudança no aspecto das fezes etc.), procure um coloproctologista para avaliar seu caso, fazer o diagnóstico e começar o devido tratamento o quanto antes!