O uso de robôs em procedimentos cirúrgicos já é uma realidade no país, em diversas especialidades médicas. Na coloproctologia, mais especificamente no tratamento da endometriose – doença que atinge cerca de 7 milhões de brasileiras, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) –, não é diferente.
O tratamento cirúrgico da endometriose intestinal é indicado nos casos em que há sinais de obstrução na região afetada pela doença. Como o procedimento envolve a retirada do tecido intestinal afetado pelas células endométricas, é preciso muita cautela por parte do cirurgião responsável pela técnica.
Para remover os focos de endometriose, o robô conta com pinças que são inseridas no abdômen da paciente, por meio de pequenas incisões, que são controladas pelo cirurgião em um console. O médico tem à sua disposição imagens tridimensionais de alta definição, que proporcionam uma visualização precisa da área afetada.
A cirurgia robótica se destaca também por filtrar os possíveis tremores que poderiam ocorrer nas mãos do médico, que opera sentado em posição ergonômica. Além disso, enquanto num procedimento aberto o corte abdominal pode chegar a 15 centímetros, as incisões da cirurgia robótica são mínimas.
Vantagens da cirurgia robótica no tratamento da endometriose intestinal
A visão tridimensional e mais nítida proporcionadas pela utilização do robô oferecem ao médico mais precisão durante o procedimento, menos riscos de complicações, menor dor no pós-operatório e recuperação mais rápida para a paciente.
Vale ressaltar que não existe cura para a endometriose. Os sintomas podem ser aliviados com o uso contínuo de medicamentos anticoncepcionais que vão regular a atividade hormonal, barrando a ação do estrogênio e impedindo a menstruação.
A cirurgia será indicada em casos mais graves, em que o tecido endometrial já se espalhou significativamente por outros órgãos. O procedimento visa retirar o tecido do endométrio da parede do intestino ou remover todo o útero e ovários comprometidos pela doença.
É importante lembrar que a decisão do tratamento de endometriose envolve questões delicadas da saúde da mulher, como qualidade de vida, desejo reprodutivo e fertilidade. O diagnóstico e acompanhamento da doença devem ser feitos cautelosamente, a depender de cada quadro clínico, das características das lesões e da idade da paciente.