É muito interessante observar como as coisas ganham um novo significado e ainda mais (ou menos) importância em momentos de grandes desafios, não é mesmo? Digo isto porque a cirurgia robótica, que já tinha seus benefícios tão reconhecidos, vem se destacando ainda mais neste período de pandemia.
Afinal, ela é menos invasiva, causa menos sangramento e proporciona uma recuperação bem mais rápida. E com a diminuição do tempo de hospitalização, é possível otimizar o uso de recursos em um período de extrema escassez de leitos hospitalares.
A tecnologia propicia movimentos precisos, visão em 3D e completa imersão em partes do corpo humano jamais vistas a olho nu. Com isso, a expectativa é que a cirurgia robótica se solidifique como tratamento padrão para diferentes tipos de tumores, incluindo o câncer colorretal (como já tem sido feito sempre que possível).
A cirurgia robótica veio para aperfeiçoar e refinar a cirurgia minimamente invasiva, gerando inúmeros benefícios ao procedimento, ao paciente e aos médicos. E isso fica ainda mais evidente no contexto de transformações impostas pela pandemia do novo coronavírus, que trouxe como uma das consequências a redução de cirurgias em pacientes com câncer.
O que é preocupante e alarmante porque, obviamente, os tumores não têm a sua evolução freada pela Covid-19. Pelo contrário: por causa de toda a questão (necessária) do isolamento social e de todas as demais medidas para conter o contágio, deve haver um número maior de pessoas sendo operadas nos próximos meses para retirada de tumores maiores e mais agressivos, aumentando a complexidade do procedimento.
É preciso atender a essa demanda urgentemente, cuidando para que haja um esforço generalizado, de todas as partes, para que haja o menor risco possível de contaminação e, sempre que possível, contando com a tecnologia robótica para isso.