O câncer de reto é um dos tipos mais comuns de câncer colorretal e afeta uma área fundamental do trato digestivo. O tratamento pode ser complexo e muitas vezes exige uma abordagem multidisciplinar, combinando cirurgia, radioterapia e quimioterapia para alcançar os melhores resultados.
Entre essas opções terapêuticas, a cirurgia desempenha um papel central na remoção do tumor e na tentativa de preservar a função intestinal. Dependendo do estágio da doença, da localização do tumor e das condições gerais do paciente, existem diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis. Neste artigo, explicamos as 5 principais opções cirúrgicas para o tratamento do câncer de reto.
Ressecção Transanal Local (RTAL)
A ressecção transanal local é uma técnica minimamente invasiva indicada para pacientes com tumores pequenos e localizados na camada mais superficial do reto.
Como funciona?
O procedimento é realizado por via transanal (pelo ânus), sem a necessidade de incisões abdominais. O cirurgião remove o tumor e uma pequena margem de tecido saudável ao redor.
Quando é indicada?
✅ Tumores pequenos e bem diferenciados (geralmente em estágios iniciais).
✅ Pacientes que não apresentam invasão linfonodal ou metástases.
✅ Quando a cirurgia convencional pode trazer mais riscos do que benefícios.
Vantagens:
✔️ Preserva a função intestinal.
✔️ Menor tempo de recuperação.
✔️ Menos complicações pós-operatórias.
Limitação: Nem todos os tumores podem ser tratados com essa técnica. Em tumores mais agressivos, pode ser necessário um procedimento mais extenso.
Ressecção Anterior Baixa (RAB)
A ressecção anterior baixa é a cirurgia mais comum para câncer de reto localizado na parte média ou superior do reto.
Como funciona?
O cirurgião remove o segmento do reto afetado e reconecta o cólon ao reto remanescente ou diretamente ao ânus, preservando a função intestinal normal sempre que possível.
Quando é indicada?
✅ Tumores localizados na parte média ou superior do reto.
✅ Quando há possibilidade de preservar o esfíncter anal.
✅ Pacientes que podem evitar uma colostomia permanente.
Vantagens:
✔️ Mantém a continuidade intestinal.
✔️ Menor impacto na qualidade de vida do paciente.
✔️ Evita a necessidade de uma colostomia definitiva.
Limitação: Em alguns casos, o paciente pode precisar de uma ileostomia temporária (desvio do trânsito intestinal para uma bolsa externa) até a recuperação completa da anastomose (reconexão do intestino).
Amputação Abdominoperineal (AAP)
A amputação abdominoperineal é um procedimento mais radical, indicado para casos de câncer localizado na parte inferior do reto, próximo ao ânus, onde não é possível preservar o esfíncter anal.
Como funciona?
O cirurgião remove completamente o reto e o ânus, resultando na necessidade de uma colostomia permanente (abertura no abdômen para a eliminação das fezes).
Quando é indicada?
✅ Tumores localizados na parte inferior do reto, próximos ao esfíncter anal.
✅ Quando não é possível preservar a função do ânus.
✅ Tumores agressivos que invadem o músculo esfíncteriano.
Vantagens:
✔️ Controle oncológico mais eficaz para tumores avançados.
✔️ Reduz o risco de recidiva local.
Limitação: O paciente precisará adaptar-se a uma colostomia definitiva, o que pode afetar sua qualidade de vida e necessitar suporte psicológico e nutricional.
Cirurgia robótica para o câncer de reto
A cirurgia robótica é uma das técnicas mais avançadas e precisas disponíveis para o tratamento do câncer de reto. Ela é uma evolução da laparoscopia e utiliza um robô controlado pelo cirurgião para realizar a ressecção do tumor com alta precisão.
Como funciona?
O cirurgião opera um console que controla braços robóticos equipados com câmeras e instrumentos cirúrgicos de alta precisão. Isso permite maior controle dos movimentos, cortes menores e preservação das estruturas anatômicas.
Quando é indicada?
✅ Tumores localizados no reto médio e inferior.
✅ Pacientes que podem se beneficiar de uma cirurgia minimamente invasiva.
✅ Casos onde é necessário preservar ao máximo a função esfincteriana.
Vantagens:
✔️ Melhor visualização da área cirúrgica.
✔️ Menor trauma cirúrgico e menos dor no pós-operatório.
✔️ Recuperação mais rápida e menor tempo de internação.
✔️ Maior preservação dos nervos e estruturas ao redor do reto.
Limitação: Disponibilidade limitada em alguns centros médicos e custo mais elevado em comparação às cirurgias convencionais.
Exenteração pélvica
A exenteração pélvica é um procedimento altamente complexo indicado para casos avançados de câncer de reto, quando a doença se espalha para órgãos vizinhos.
Como funciona?
A cirurgia envolve a remoção do reto, além de estruturas adjacentes como bexiga, próstata (nos homens) ou útero e ovários (nas mulheres), dependendo da extensão do tumor.
Quando é indicada?
✅ Tumores localmente avançados que invadem órgãos próximos.
✅ Casos onde o tratamento convencional não foi suficiente.
✅ Quando há possibilidade de cura através da ressecção ampla do tumor.
Vantagens:
✔️ Possibilidade de controle da doença mesmo em estágios avançados.
✔️ Pode oferecer uma chance de cura para pacientes sem metástases à distância.
Limitação: Procedimento de alta complexidade, com longo tempo de recuperação e impacto significativo na qualidade de vida.
Conclusão
O tratamento cirúrgico do câncer de reto é altamente individualizado e deve levar em consideração diversos fatores, como localização do tumor, estágio da doença e qualidade de vida do paciente.
Resumo das opções cirúrgicas:
✔️ Ressecção Transanal Local: Para tumores iniciais, sem invasão profunda.
✔️ Ressecção Anterior Baixa: Preserva o esfíncter anal sempre que possível.
✔️ Amputação Abdominoperineal: Necessária quando o esfíncter não pode ser preservado.
✔️ Cirurgia robótica: Alta precisão e recuperação mais rápida.
✔️ Exenteração pélvica: Para casos avançados que invadem órgãos próximos.
O acompanhamento médico é essencial para definir a melhor estratégia de tratamento. A evolução das técnicas cirúrgicas e a medicina de precisão permitem que mais pacientes tenham chances de cura e qualidade de vida após o tratamento.
Se você ou alguém próximo está enfrentando um diagnóstico de câncer de reto, consulte um especialista e conheça todas as opções disponíveis. Compartilhe este artigo e ajude a levar mais informação sobre o câncer de reto!