Nos últimos anos, temos presenciado um aumento expressivo no número de cirurgias robóticas no Brasil. Tanto, que nosso país já é o primeiro da América Latina em quantidade de procedimentos realizados a cada ano.
Desde 2008, ano que marca o início da cirurgia robótica brasileira, já foram realizadas mais de 17 mil operações. Só em 2018, foram cerca de 8 mil cirurgias auxiliadas por robôs cirurgiões, segundo um levantamento feito pela empresa Intuitive Surgical (que detém a patente do equipamento).
Atualmente, todas as regiões do país contam com pelo menos um robô, perfazendo o total de 57 plataformas robóticas localizadas nas cidades de:
- São Paulo;
- Barretos;
- Rio de Janeiro;
- Belo Horizonte;
- Porto Alegre;
- Curitiba;
- Brasília;
- Fortaleza;
- Recife;
- e Belém.
Em Belo Horizonte, esse tipo de cirurgia não era uma realidade até 2016, ano em que foi realizado o primeiro procedimento. Hoje, a capital mineira conta com quatro plataformas robóticas, que colocam Minas Gerais na terceira posição no ranking nacional de operações realizadas.
Benefícios da cirurgia robótica
O crescimento no número de cirurgias robóticas representa mais acesso à tecnologia de ponta em medicina, com vantagens que promovem a saúde do paciente e facilitam o trabalho da equipe médica.
Entre esses benefícios, podemos citar:
- menos sangramento, dor e complicações no pós-operatório;
- recuperação mais rápida do paciente;
- otimização da ergonomia durante a operação, melhorando a performance do cirurgião.
Porém, não é apenas a tecnologia empregada à medicina que deve ser reverenciada. Sem os cirurgiões altamente qualificados operando os robôs, os procedimentos não promoveriam tantos benefícios.
A qualificação para atuar em cirurgia robótica é um processo rigoroso. O cirurgião já deve ter trilhado um longo caminho nas cirurgia aberta e ter experiência comprovada em laparoscopia para, então, passar pelo treinamento em robótica.
Só a tecnologia não garante o sucesso
Além do conteúdo teórico específico, o cirurgião faz, no mínimo, 20 horas de aula prática em um simulador. Depois, ele passa pelo processo de certificação, que inclui o treinamento em centros internacionais.
Só então o cirurgião recebe a titulação e está apto para realizar cirurgias robóticas. Os primeiros 20 procedimentos serão acompanhados por um cirurgião mais experiente, para garantir que tudo saia dentro do planejado.
Na verdade, quanto mais qualificado e experiente for o cirurgião, melhores serão os resultados da cirurgia robótica. A máquina não trabalha sozinha; o tempo todo, ela é controlada pelo homem.