A relação entre a saúde intestinal e a atividade cerebral já é extensamente documentada pela ciência. As origens dessa influência mútua estão já na vida uterina, já que cérebro e intestino têm a mesma origem embrionária.
Quanto ao papel da microbiota intestinal, estudos realizados no mundo todo permitem a compreensão do quanto o equilíbrio dos micro-organismos que vivem no trato gastrointestinal é importante para a regulação do metabolismo e o funcionamento do sistema imunológico, entre outras funções essenciais.
Em relação à saúde mental, já se sabe que quadros de estresse, seja físico ou emocional, influenciam negativamente a microbiota intestinal. Da mesma forma, a microbiota em desequilíbrio afeta o funcionamento cerebral.
Recentemente, pesquisadores do Centro de Saúde Mental de Xangai (China) conduziram uma revisão de estudos e afirmaram que doenças psiquiátricas como ansiedade e depressão podem ser tratadas por meio da regulação da microbiota.
Como foi feita e o que a pesquisa constatou
Os estudiosos de Xangai selecionaram 21 estudos relevantes e qualificados que apresentaram conclusões sobre os efeitos do consumo de probióticos (que são produtos feitos à base de micro-organismos vivos) e de alterações na dieta, verificando a influência desses fatores sobre a microbiota.
Nesse processo, os pesquisadores observaram que mais da metade dos estudos analisados concluiu que uma microbiota saudável contribui positivamente para o controle da ansiedade.
Outra observação dos cientistas chineses é que a maioria dos estudos não constatou efeitos adversos da dieta pró-microbiota ou do consumo de probióticos sobre o sistema gastrointestinal ou o organismo como um todo.
Dessa forma, o estudo do Centro de Saúde Mental de Xangai deu mais sustentação à conduta terapêutica que prevê a regulação da microbiota intestinal como terapia complementar no tratamentos psiquiátricos que buscam sanar a depressão, a ansiedade e outros males da saúde mental.
Seguiremos acompanhando as descobertas da ciência e compartilhando informações que reforcem os cuidados com a saúde intestinal, sempre com foco no bem-estar e na qualidade de vida.