Um relatório divulgado recentemente pela Associação Americana de Câncer (ACS, na sigla em inglês), apurou que a ocorrência de câncer colorretal em adultos jovens vem aumentando nas últimas décadas.
De acordo com os especialistas, as estimativas construídas a partir dos estudos científicos apontam que uma pessoa nascida nos anos 1990 tem até quatro vezes mais chances de desenvolver um tumor maligno na porção final do intestino grosso (o reto) que alguém nascido nos anos 1950. A probabilidade é duas vezes maior quando se trata do câncer na região do cólon.
Trata-se de um fenômeno observado no mundo todo, especialmente na região ocidental. Os países desenvolvidos são aqueles nos quais o aumento de casos de câncer colorretal entre os jovens vem acontecendo de forma mais intensa.
As causas para essa realidade podem estar ligadas ao estilo de vida típico das pessoas que vivem nas regiões mais ricas do globo: sedentarismo, obesidade e consumo elevado de carne vermelha.
O que dizem os estudos
Uma das pesquisas realizadas pela ACS investigou uma amostra de 490 mil diagnósticos de câncer colorretal feitos nos Estados Unidos entre 1974 e 2013. Foi constatado que, a cada ano, o número de casos entre pessoas de 20 a 39 anos subiu entre 1% e 2,4%. Já no grupo com idade entre 40% e 54%, o aumento foi de 0,5% a 1,3% por ano.
Outro estudo concluiu que a cada 5 kg/m2 ganhos no índice de massa corporal (IMC), aumenta em 9% o risco de um homem desenvolver câncer colorretal.
Ainda que não haja conclusões definitivas sobre os mecanismos que determinam o aumento do número de casos de câncer de intestino em pessoas mais jovens – e que novos estudos sejam necessários, a ACS já mudou a percepção sobre a estratégia preventiva e o rastreamento colorretal.
Qual é a recomendação para o rastreamento
As conclusões da ACS são importantes quando se pensa no tratamento do câncer colorretal. Por se tratar de uma doença silenciosa e com altos índices de cura quando é descoberta em sua fase inicial, a prevenção é a melhor estratégia.
Mesmo em pessoas que não têm histórico da doença na família, a recomendação da ACS é que o rastreamento de câncer colorretal seja iniciado aos 45 anos de idade, com realização da colonoscopia.
Além desse exame, podem ser solicitados o exame de sangue oculto nas fezes e a retossigmoidoscopia. A frequência dos exames será determinada pelos seus resultados.
Se não apontar lesões, a colonoscopia pode ser feita em até 10 anos. O exame de sangue oculto nas fezes pode ser repetido a cada ano e a retossigmoidoscopia a cada 3 anos.
Concluindo, manter as consultas com o coloproctologista em dia é uma atitude fundamental para preservar a saúde intestinal.