Cada vez mais estudos científicos são publicados sobre a atuação dos micróbios que vivem simbioticamente conosco.
Trabalho recente, divulgado na revista Nature, aponta que durante a gravidez a placenta fornece ao feto tudo o que ele precisa para desenvolver: oxigênio, alimentos, descarte de resíduos e até mesmo anticorpos do sistema imunológico de uma mãe. Mas não micróbios.
Esse achado reforça a ideia de que os pequenos ganham um microbioma ao nascer, isto é, adquirem os micróbios que moldam o processamento de nutrientes e a capacidade de combater doenças em fases posteriores da vida através da via de parto.
Evidências antigas
Sete anos atrás surgiram evidências de que bebês nascem com um microbioma intestinal que parece começar a tomar forma antes do nascimento.
Em 2014, então, pesquisadores do Baylor College of Medicine (Houston, Texas) encontraram baixos níveis de bactérias na placenta, sendo que estas se pareciam mais com as presentes na boca de adultos.
Concluiu-se, assim, que esses micro-organismos poderiam chegar até a placenta pela boca da mãe.
Eles queriam descobrir se a composição do microbioma da placenta poderia influenciar o resultado da gravidez de uma mulher, mas atestaram que, afinal, a placenta não parece ter um microbioma.
Em contrapartida…
Outros pesquisadores sustentam que, sim, bactérias fazem um “lar” na placenta, mesmo que o nível total de bactérias seja muito menor do que o encontrado em outros órgãos do corpo.
Segundo eles, embora o microbioma da placenta possa não ser tão rico e diverso quanto o intestino, ainda pode ter um papel importante a desempenhar nos resultados do nascimento e no desenvolvimento metabólico e cerebral do bebê.
Discordâncias à parte, fato é: os micróbios que habitam em nós são bem mais importantes do que se imagina.