A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio caracterizado por dor abdominal, gases, diarreia e mudança nos hábitos intestinais. Embora ainda seja uma condição pouco compreendida, sabe-se que a SII é diagnosticada com frequência em pacientes psiquiátricos.
Mesmo que a causa exata não tenha sido descoberta, especialistas acreditam que a condição está relacionada à saúde emocional. Portanto, ao receber o diagnóstico de algum transtorno de saúde mental, como depressão ou ansiedade, o paciente deve redobrar os cuidados com o intestino.
Tanto nas pesquisas científicas, quanto nos consultórios médicos, as evidências de que há uma conexão entre o cérebro e o intestino crescem cada vez mais: um estudo publicado pela revista científica Nature Genetics analisou os dados de 53,4 mil pessoas com SII e 433,2 mil outras pessoas sem o diagnóstico, e identificou seis genes que aumentam a predisposição à condição. Entre os genes, quatro deles estão associados à ansiedade e transtornos de humor.
Acredita-se que a ação do hormônio serotonina é outro ponto em comum. A serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade, é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, regulagem do ritmo cardíaco, sono, apetite, humor, memória e é parte importante na regulação da motilidade do intestino, ou seja, está diretamente relacionada ao funcionamento do órgão.
Além disso, a maior parte da serotonina presente no organismo, cerca de 95%, é produzida no trato gastrointestinal.
Muitas pessoas acabam não se preocupando tanto com os transtornos psicológicos, porém buscam atendimento médico para tratar os sintomas intestinais. Só após esse contato é que passam a enfrentar as questões emocionais que comprometem o bom funcionamento intestinal.
Quando a pessoa sente alguma emoção forte, ela pode vir a ter problemas como gases, diarreia, constipação, SII, dor abdominal ou até mesmo úlcera.
Para confirmar o diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável, os pacientes devem notar os sintomas por pelo menos 12 semanas consecutivas. Podem ser solicitados exames laboratoriais e de imagem, como colonoscopia e eventualmente tomografia.
A SII é uma condição mais prevalente nas mulheres do que nos homens. A idade varia entre os 30 e 50 anos. Mesmo que não tenha cura, a síndrome pode ser controlada com medicação, mudança nos hábitos alimentares, inclusão de exercícios físicos na rotina e controle do estresse.